II Boletim – QUEM ENGATINHA APRENDE A ANDAR: a história do curso empreendedorismo na escola

Atualmente, percebe-se que as necessidades do mercado de trabalho vêm se modificando ao longo dos anos, e a educação também é parte dessa mudança que ocorre na sociedade, adotando estratégias de ensino que busca tornar o aluno como sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem. Diante disso, a educação empreendedora consiste em uma proposta de ensino, que aborda práticas que contribuem para o estímulo de habilidades que possam ser utilizadas em diferentes situações, e interferir no progresso dos países (LIMA et al., 2015). A formação voltada à promoção de características empreendedoras favorece esses indivíduos por meio da capacitação, inovação e do desafio de superar os próprios limites (GUERRA; GRAZZIOTIN, 2010; LIMA et al., 2014).

Diante de tais fatos foi pensado o curso de extensão de longa duração “Empreendedorismo na Escola”, com o propósito de ministrar um curso para alunos das escolas públicas do município de Lavras sobre a temática do empreendedorismo e estimulá-los na construção de atitudes empreendedoras e de novas perspectivas sobre empregabilidade. Dessa maneira, utilizou-se das metodologias ativas de aprendizagem com o propósito de tornar os alunos protagonistas do processo de ensino-aprendizagem.

Assim, propõe-se compreender a trajetória do Curso Empreendedorismo na Escola ao longo dos anos. Para isso, a metodologia escolhida foi de natureza qualitativa, por meio da aproximação entre o ambiente e o pesquisador, caracterizando-se como um estudo de caso quanto aos seus procedimentos. Foram analisadas questões como a temporalidade da execução (duração) e os materiais utilizados; atividades realizadas em sala de aula com os alunos; reuniões gerais da equipe do curso; eventos de fechamento interno e externo com os alunos e o sistema avaliativo.

Nos resultados, pode-se observar a transformação do curso desde o ano de sua criação (2015), enquanto curso de curta duração, até o ano de sua reestruturação (2018), no qual passou a ter longa duração e explorar os tipos de empreendedorismo: o privado, social, público e o intraempreendedorismo.

Nesse processo, os professores passaram a desempenhar o papel de facilitadores do ensino e não detentores do conhecimento. Ademais, verificou-se a evolução do curso entre os anos de 2018 e 2019, principalmente com a realização da feira de empreendedores mirins, o êxito quanto aos materiais didáticos confeccionados, além de estimular o comportamento empreendedor nos estudantes. 

Sendo assim, o empenho da professora coordenadora do curso, dos discentes integrantes do projeto, da coordenação da escola e o envolvimento do corpo docente com o projeto tornou possível a promoção da prática do empreendedorismo na escola, caracterizando-a como uma ação empreendedora.

Referências: 

ANDRADE, Daniela Meirelles; ASSIS, Camila; RIBEIRO, Gabrielly Fernandes; TOLEDO Ana Clara Andrade; SILVA, Sara Aparecida Marques. Quem engatinha aprende a Andar: A História do curso Empreendedorismo Na Escola. VIII Encontro Brasileiro de Administração Pública, Brasília/DF. Sociedade Brasileira de Administração Pública (SBAP), 2021. 

GUERRA, M. J.; GRAZZIOTIN, Z. J. Educação empreendedora nas universidades brasileiras. In: LOPES, R. M. A. (Org.). Educação empreendedora: conceitos, modelos e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier: São Paulo: SEBRAE, 2010. 

LIMA, E.; HASHIMOTO, M.; MELHADO, J.; ROCHA, R. Brasil: em busca de uma educação superior em empreendedorismo de qualidade. In: In: GIMENEZ, F. A. P. et. al. (org.) Educação para o empreendedorismo. Curitiba: Agência de Inovação da UFPR, 2014.

LIMA, E.; LOPES, R. M. A.; NASSIF, V. M. J.; SILVA, D. Oportunities to improve entrepreneurship education: contributions considering Brazilian Challenges. Journal of Small Business Management, v.53, n.4, p. 1033–105, 2015.

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