Manejo da Paisagem para a Fazenda São Jorge

1  Índices de paisagem para caracterização dos fragmentos da fazenda São Jorge.


Através do processamento dos dados pelo programa FRAGSTATS, obteve-se os índices para cada fazenda sob estudo conforme mostrados na Tabela 12. Foi adotado um efeito borda de 50 metros sobre os fragmentos a partir do qual obteve-se resultados similares aos obtidos por Waldhoff e Viana (1993) em seus estudos na Reserva Florestal de Linhares, estado do Espírito Santo e por Williams-Linera (1993) em seu estudo no Parque Ecológico Clavijero, província de Veracruz, México.

1.1 Índices de paisagem para a fazenda São Jorge.


Tabela 1.1 Índices de paisagem para os fragmentos florestais pertencentes à fazenda São Jorge.

Parâmetros avaliados

Índices

Área total dos fragmentos

275,40 ha

Área total da paisagem (fazenda)

1.190,64 ha

Porcentagem da paisagem coberta por fragmentos

23,13 %

Porcentagem da paisagem coberta pelo maior fragmento

18,50 %

Número de fragmentos

9

Densidade de fragmentos

0,76 / 100 ha

Tamanho médio dos fragmentos

30,62 ha

Desvio padrão

67,83 ha

Coeficiente de variação

221,54 %

Perímetro total de borda

36.585 m

Área interior total dos fragmentos

159,06 ha

Porcentagem da paisagem coberta pela área interior dos fragmentos

13,36 %

Número de fragmentos com área interior

7

Densidade dos fragmentos considerando sua área interior

1,76 / 100 ha

Área interior média por fragmento

17,67 ha

Desvio padrão

40,13 ha

Coeficiente de variação

227,09 %

Distância média do vizinho mais próximo

234,59 m

Desvio padrão

290,87 m

Coeficiente de variação

123,99 %

A porcentagem de área coberta pelos 9 fragmentos estudados foi de 23,13% , o que indicou a ocorrência (densidade) de 0,76 fragmentos a cada 100 ha. O tamanho médio destes foi de 30,62 ha, embora 66,67% dos fragmentos tenham menos que 5 ha, fato este retratado pelo desvio padrão (± 67,83 ha) e o coeficiente de variação (± 221,54%), os quais expressam que existe uma grande dispersão dos valores observados (área dos fragmentos) em relação a média de 30,62 ha.

Pôde-se constatar para um efeito borda de 50 metros que o processo de fragmentação implicará numa redução de 9 para 7 fragmentos. Este fato está associado ao baixo índice de circularidade de alguns fragmentos, o que demonstra que sua forma é muito alongada e vezes em espinha de peixe. Assim, principalmente para os fragmentos 2,4,5,6 e 9 é imperiosa uma ação para melhorar sua forma, já que a fazenda que hoje tem o mínimo exigido por lei com vegetação nativa, corre o risco de não o ter no médio prazo, com a continuidade do processo de fragmentação que hoje é constatado nas reservas nativas.

Pode-se ainda, considerar que a razão , indica que 57,76% da área dos fragmentos estão mais protegidas do efeito borda, enquanto que 42,24% ou 116,34 ha (275,40 – 159,06) estão sujeitos a maiores pressões dos fatores abióticos e bióticos. Isto indica a necessidade de efetuar proteção com quebra ventos nos fragmentos menores, e implementar práticas para torná-los maiores e mais circulares. A interligação dos fragmentos menores aos maiores, para estimular um maior fluxo de dispersores da flora, é também uma necessidade imperiosa, para que haja uma oxigenação destes, quanto a sua diversidade biológica.

Esta proposição de interligação dos fragmentos principalmente através de corredores ecológicos é viável operacionalmente já que a distância média do fragmento a seu vizinho mais próximo é de 234,59 metros.

Estes índices por si só retratam a necessidade de uma abordagem da paisagem em que cada fragmento seja observado caso a caso, para que o manejo da propriedade seja apropriado.

Assim, duas foram as opções de manejo da paisagem propostas:

1o) Consistiu em aumentar o tamanho dos fragmentos de modo a reduzir o efeito borda e propiciar a existência de habitat para a fauna. Principalmente no caso de mamíferos, onde a área do fragmento deve ser grande para a sua sobrevivência e manutenção.

2o) Utilizar faixas para interligar os fragmentos. Estas inicialmente devem ter pelo menos 25 metros de largura e distância máxima de 500 metros. Os objetivos desta prática serão a proteção dos talhões de eucalipto contra ataque de insetos, servir como barreira para doenças e também como proteção dos eucaliptais contra incêndios. Além de haver uma maior proteção à flora nativa.

Uma síntese dos manejos ao nível dos fragmentos e da passagem é apresentada na Tabela 1.2


Tabela 1.2:  Manejo por fragmento e para a paisagem na fazenda São Jorge - Região Paraopeba

Frag.

No

Manutenção ou Construção Aceiros Adoção da Faixa Ecológica Implantar Cortina de Proteção em Vegetação no Entorno do Fragmento Atenuar Reentrâncias do Fragmento com Condução da Regeneração Natural após a Exploração do Eucalipto Blocagem de Fragmentos com Condução da Regeneração Natural após a Exploração comercial dos Eucaliptos Desvitalização de Árvores Antigas de Eucalipto que tem no Sub-Bosque Vegetação Nativa Manutenção ou Contrução de Cercas no Entorno do Fragmento Distribuição Material Educativo Regeneração de Áreas Degradadas com espécies Nativas após ação Antrópica Condução da regeneração Natural após Ação Antrópica
1  
2  x  x  x  x  x    x  x  x  x
3  x  x  x  x  x    x  x    
 4  x  x  x    x        x  
5  x  x  x        x  x  x   x 
6  x  x  x    x    x  x  x   x
7  x  x  x    x    x  x  x  
8    x  x        x  x  x  
 9    x  x  x  x        x  
 

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