MANEJO SUSTENTADO DAS CANDEIAS

Eremanthus erythropappus (DC.) McLeisch e

Eremanthus incanus (Less.) Less

 

Prof. José Roberto Scolforo

scolforo@ufla.br

Prof.  Antônio Donizette de Oliveira

donizete@ufla.br

Prof. Antônio Cláudio Davide

acdavide@ufla.br

Eng. José Fábio Camolesi

nemaf@ufla.br

Engª. Maria Zélia Ferreira

mzferreira@ufla.br

Departamento de Ciências Florestais

Universidade Federal de Lavras

 

 

1.      INTRODUÇÃO

A candeia é da família Asteraceae e pertence ao grupo ecológico das pioneiras, sendo considerada precurssora na invasão de campos. Ela se desenvolve rapidamente em campos abertos, formando povoamentos mais ou menos puros. Existem várias espécies de candeia, porém a Eremanthus erythropappus (DC.) Macleish e a Eremanthus incanus (Less.) Less são as de maior importância econômica e de maior ocorrência em Minas Gerais.

A Eremanthus erythropappus se desenvolve em sítios com solos pouco férteis, rasos e, predominantemente em áreas de campos de altitude, com esta variando entre 900 e 1.700 m. É uma espécie de múltiplos usos, porém sua madeira é mais utilizada como moirão de cerca, pela sua durabilidade, e para a produção de óleo essencial, cujo principal componente, o alfabisabolol, possui propriedades antiflogísticas, antibacterianas, antimicóticas, dermatológicas e espasmódicas.

A Eremanthus incanus ocorre em áreas de cerrado, de florestas secundárias e na caatinga, com ocorrência predominante na faixa de 650 a 1.200 m de altitude. É mais utilizada para a produção de moirão já que seu óleo essencial possui alfabisabolol em pequena quantidade e de baixa qualidade.

Os produtos obtidos da candeia alcançam preços relativamente altos no mercado. Por exemplo, os produtores rurais pagam de R$ 35,00 a R$ 55,00 pela dúzia de moirões. Já as indústrias que extraem o óleo essencial pagam entre R$ 50,00 e R$ 90,00 pelo metro estéreo de madeira. O óleo de candeia natural bruto e o alfabisabolol são comercializados nos mercados nacional e internacional, podendo alcançar até US$ 27.00 e US$ 60.00 por quilo, respectivamente.

No Brasil existem cinco indústrias de óleo de candeia natural bruto, com uma produção anual estimada em cerca de 170 mil quilos, sendo grande parte exportada, principalmente para países europeus. Já o alfabisabolol, obtido a partir da destilação do óleo de candeia bruto, é produzido apenas por três indústrias brasileiras que o  vendem para distribuidores e indústrias de cosméticos e de fármacos como componente em formulações de batons, protetores solares, cremes dentais, loções pós-barba, cremes para barbear, produtos para depilação, entre outros. 

Apesar da exploração da candeia e da comercialização de seus produtos serem atividades geradoras de renda, ainda não há um sistema de manejo consolidado para essa espécie, tanto para as áreas onde sua ocorrência é natural, como para plantios puros ou mistos que visam a um uso comercial mais planificado.

 

2. ÁREA DE OCORRÊNCIA

Carvalho (1994) cita que a candeia ocorre na América do Sul, sendo encontrada no nordeste da Argentina, norte e leste do Paraguai e no Brasil. Pedralli, Teixeira e Nunes (1996) indicam no Brasil a candeia pode ser pode encontrada nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Carvalho (1994) cita outros estados nos quais também há  candeia, como Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e, também, Distrito Federal.

A Figura 1 mostra uma árvore da espécie Eremanthus erythropappus e as áreas de ocorrência da candeia em Minas Gerais.

 

    

3.      Produção De mudas E IMPLANTAÇÃO DA CANDEIA

3.1 Produção de mudas

Um dos recipientes que pode ser usado para produzir mudas de candeia é o saco plástico, semelhante aos utilizados para produzir mudas de café. Suas dimensões são de 11x22cm, mas depois de cheio elas passam a ser de 7 cm de diâmetro por 20 cm de altura (Figura 2). 

 

 


 

FIGURA 1 - Área de ocorrência e de estudo da candeia em Minas Gerais, e exemplar da espécie Eremanthus erythropappus

 

          

 FIGURA 2 -  Mudas de Eremanthus erythropappus produzidas em sacos plásticos

 

O substrato utilizado pode ser composto 3 partes de terra de subsolo peneirada para uma parte de esterco de curral curtido. Em cada 1000 litros dessa mistura adiciona-se 5kg de super fosfato simples e 1,2 kg de cloreto de potássio.

A semeadura deve ser realizada diretamente no saco plástico, colocando-se de 6 a 10 sementes/recipiente. Após a semeadura é preciso peneirar uma fina camada (de 2 a 3 mm) de terra e, a seguir,  peneirar uma camada de casca de arroz. É necessário irrigar duas vezes por dia, com gotas finas para não desenterrar as sementes. De 30 a 40 dias após o semeio é preciso fazer um desbaste para deixar apenas uma muda por saco plástico. A partir dessa idade, devem ser feitas adubações em cobertura a cada 10 dias, utilizando-se 10 g de MAP (monofosfato de amôneo) solúvel em água e 3 g de cloreto de potássio para cada 10 litros de água. As mudas atingirão padrão de plantio (25 a 30 cm de altura) com aproximadamente 6 a 8 meses de idade.

A produção de mudas de candeia também pode ser feita em tubetes (Figura 3) com capacidade de 50 ou 80 ml. Nesse caso o substrato deve ser composto por uma mistura de 50% de esterco de curral ou composto orgânico, 20% de terra de subsolo e 20% de casca de arroz carboniza ou vermiculita de textura média. Para cada 1000 litros desse substrato adiciona-se  5 kg de super fosfato simples e 1,2 kg de cloreto de potássio. Todas as etapas para a produção da muda são iguais as seguidas para produzir muda em saco plástico, exceto no caso das adubações em cobertura que deve ser feita semanalmente ou, as vezes, 2 vezes por semana se após a fertilização ocorrer uma chuva intensa. Outro cuidado a ser tomado é alternar as mudas quando elas estiverem com 60 dias, deixando-se aproximadamente 240 mudas por  m2 de canteiro.

 

      

         FIGURA 3 - Mudas de Eremanthus erythropappus produzidas em tubetes

 

3.2  Implantação de povoamentos de candeia

A implantação de povoamentos comerciais de espécies florestais nativas como os de candeia, carecem de conhecimentos básicos que se iniciam na ausência de sementes e/ou propágulos adaptados e produtivos, até as técnicas silviculturais mais simples, como a definição de espaçamento, adubação, ciclo de produção e ocorrência de pragas e doenças que podem se transformar em fatores de grande importância quando grandes áreas são plantadas com uma só espécie.

Quando um grupo de genótipos é plantado em vários locais, anos, espaçamentos ou com diferentes níveis de tecnologia, normalmente eles tendem a apresentar respostas diferenciadas no seu desempenho. Essa falta de uniformidade de resposta é conhecida como interação genótipo x ambiente. Isso significa que, quando um povoamento é implantado utilizando-se sementes não testadas para um ambiente especifico ou para um grupo de ambientes, há risco de o resultado obtido não ser conforme esperado.

No caso da candeia, não existe até agora procedências, progênies ou clones testados que possam ser indicados para plantio em determinados ambientes ou regiões. Assim deve-se utilizar fontes locais de sementes, ou seja, deve-se colher sementes de árvores selecionadas na própria região de plantio, até que materiais selecionados estejam disponíveis.

De maneira análoga deve-se evitar os plantios comerciais fora das áreas de ocorrência natural das candeias, que se estende de São Paulo até a Bahia, em locais com altitude de 900 a 1.700 m. Devido à falta de experiências anteriores com implantação e condução de florestas de candeia, serão abordados a seguir os principais aspectos da implantação de povoamentos comerciais de candeia, baseando-se na experiência de implantação de povoamentos de eucalipto e de florestas nativas de proteção.

 

3.3. Preparo do terreno

Naqueles locais onde a topografia permitir e onde não houver afloramentos de rocha, deve-se proceder a aração, utilizando-se arado de disco 3X36, grade pesada ou grade aradora. Onde o terreno não permitir a mecanização, pode-se recorrer ao simples coveamento do terreno com enxadetas, fazendo-se covas de 30x30x30 cm. Essa operação é de baixo rendimento (30-50 covas/homem/dia). Em terrenos de campo, onde a vegetação for composta de gramíneas pouco agressivas, pode-se dispensar o revolvimento do solo, procedendo-se apenas o sulcamento, já que a maioria dos solos recomendados para o plantio da candeia são de textura média a arenosa. 

O sulcamento mecânico deve ser feito em nível para terrenos declivosos, a uma profundidade de 30 cm, espaçados de 3 metros, entre linhas. Espaçamentos entre linhas menores que 3 m podem ser adotados, mas irão impedir a mecanização dos tratos silviculturais como as roçadas das entre-linhas.

 

3.4.Combate a formigas

As formigas cortadeiras são as pragas mais importantes até agora relatadas na literatura. O controle deverá ser executado após 15 dias do revolvimento do solo, quando as formigas já desobstruíram seus olheiros, deixando aparecer o solo mais claro trazido de camadas mais profundas, o que facilita a localização dos formigueiros.

Deve-se buscar a eliminação de no mínimo 95% dos formigueiros de saúva e quenquém instalados na área de plantio, além daqueles formigueiros situados ao redor das áreas de plantio a uma distância de 50 metros em todo seu perímetro. O combate poderá ser realizado inicialmente por termonebulização, utilizando-se um formicida organofosforado, na dosagem de 3,0 (três) ml/m² de formigueiro, aplicado com termonebulizador. Deve-se observar rigorosamente as especificações do fabricante do formicida e a legislação pertinente (Lei Federal nº 7802).

Após a aplicação, periodicamente, devem-se executar vistorias nas áreas e fazer combates de repasse com isca formicida granulada.

 

3.5.Espaçamento

Os primeiros experimentos que objetivam a definição de espaçamentos para o plantio de candeia foram implantados recentemente e ainda não permitem a recomendação segura de espaçamentos, mas baseando-se nas experiências anteriores com outras espécies florestais nativas, recomenda-se inicialmente, espaçamentos de 3,0 x 1,0; 3,0 x 1,5 e 3,0 x 2,0m, para plantios onde o preparo mecanizado do solo foi possível de ser efetuado. Nas áreas em que só é possível o coveamento, pode-se adotar os espaçamentos: 2,0 x 1,5; 2,0 x 2,0 e 2,0 x 2,5m, adotando-se o procedimento de espaçamentos menores nos piores solos.

 

3.6.Adubação

Inicialmente, pode-se adotar as adubações de plantio usualmente praticadas para os plantios de espécies nativas, variando-se de 100 a 150 gramas de superfosfato simples por cova ou uma formulação N:P:K, facilmente encontrada no mercado como 4:14:8, na mesma dosagem. No caso da utilização do superfosfato simples, deve-se fazer uma adubação de cobertura, 30 dias após o plantio, utilizando-se 50 gramas de N:P:K- 20:0:20/ planta.

3.7.  Plantio

Utilizando-se mudas em sacos plásticos, o plantio será efetuado em covas abertas no sulco, onde o fertilizante deve ser incorporado e bem misturado ao solo, acondicionando-se as mudas no fundo das covas, tomando-se o cuidado para que bolsas de ar não permaneçam em contato com o sistema radicular das mudas. Para tanto é preciso que ocorra uma compactação do solo em torno do sistema radicular da muda, do fundo da cova para a superfície (Figura 4).

 

       

FIGURA 4: Plantio de Eremanthus erythropappus. (Experimento de espaçamento e poda implantado em  20/03/2002, no município de Carrancas-MG)

 

Para mudas em tubetes, após a incorporação do adubado, os sulcos ou covas individuais devem ser tapados, as mudas devem ser acondicionadas numa cova aberta por uma vara na qual fixa-se um tubete na ponta. O colo da muda deverá ficar em relação ao nível do solo, do mesmo modo que estava no tubete. Quando a perda de mudas por morte for superior a 5% , deverá ser efetuado o replantio das mudas mortas, iniciando-se 15 dias após o plantio.

 

3.8.Tratos silviculturais

Contempla os trabalhos de capina manual na linha de plantio, trabalhando-se 0,5 metros de cada lado. As entre-linhas podem ser tratadas mecanicamente com roçadeira ou grade. Culturas como o feijão, podem ser plantadas nas entre-linhas da candeia, tomando-se o cuidado de deixar a linha de plantio a 1,0 metro de distância da linha de candeia. Para as áreas plantadas em covas individuais, deve-se proceder ao coroamento com diâmetro de 1,0 metro ao redor das mudas e roçada com foice entre as covas.

 

4.      MÉDIA/ÁRVORE DO VOLUME, PESO SECO, PESO DE ÓLEO E NÚMERO DE MOIRÕES

Para viabilizar planos de manejo para a vegetação nativa é crucial realizar a cubagem rigorosa das árvores, o ajuste de equações volumétricas, de peso seco, de peso de óleo e de número de moirões, a fim de conhecer as quantidades relativas à espécie em relação a cada uma destas variáveis.

Na Tabela 1 são mostrados os valores médios para as árvores cubadas rigorosamente, das variáveis volume, peso seco, peso de óleo, número de moirões e fator de empilhamento em cada classe diamétrica.

Pode-se observar que o peso de óleo apresenta um acréscimo contínuo quanto maior a classe diamétrica. Por exemplo, plantas com diâmetro cujo valor central é 12,5 cm apresentam praticamente 6 vezes menos óleo que aquelas com diâmetro 27,5 cm ou 10 vezes menos que aquelas com diâmetro de 32,5 cm. Também  o  fator de empilhamento,  tende a decrescer quanto maior a classe diamétrica, embora nitidamente esteja sujeito a uma fonte de variação maior. Estas mesmas constatações podem ser realizadas para cada uma das variáveis retratadas na Tabela 1.

Uma informação crucial para o desenvolvimento de um sistema de manejo observada na Tabela 1,  é que independente do tamanho das árvores a quantidade de óleo produzida por metro cúbico é praticamente a mesma. Desta forma o aproveitamento das árvores de candeia para produção de óleo independende de seu diâmetro. Já quando é considerado o volume em estéreo ou de madeira empilhada observa-se uma maior quantidade de óleo para as maiores árvores. Este fato é facilmente explicável ao se observar os fatores de empilhamento que decrescem das menores para as maiores classes diamétricas. Desta maneira em um metro estéreo de madeira empilhada cabe mais volume de madeira sólida das maiores árvores de candeia, o que acarreta numa maior produção de óleo.

TABELA 1 - Médias por classe diamétrica, das árvores de candeia amostradas, considerando a árvore toda, o fuste, os galhos finos e as folhas.

 

Classes diamétricas (cm)

7,5

12,5

17,5

22,5

27,5

32,5

(cm)

7,37

12,36

17,10

22,16

27,24

31,79

 (m)

6,61

6,83

9,19

9,62

7,94

9,25

- total (m3)/árvore

0,018

0,045

0,115

0,203

0,287

0,405

- total (mst)/árvore

0,040

0,089

0,187

0,410

0,497

0,753

- total (m3)/árvore

0,014

0,033

0,087

0,139

0,209

0,266

 (kg)/árvore

14,92

44,96

87,05

179,19

233,79

344,73

 (kg)/árvore

0,18

0,47

1,07

1,69

2,81

4,48

Número de moirões/árv.

1,10

2,42

5,50

9,20

8,70

13,50

Fator de empilhamento

2,18

1,99

1,62

2,02

1,73

1,86

(kg/m3)

10,00

10,39

9,25

8,34

9,77

11,07

(kg/mst)

4,39

5,22

5,71

4,13

5,65

5,95

Número de moirões/m3

61,10

53,77

47,82

45,32

30,31

33,33

Número de moirões/mst

27,50

27,19

29,41

22,44

17,50

17,93

Em que: : diâmetro médio à 1,30 cm do solo; : média da altura total; : média do volume com casca; : média do volume sem casca; : média do peso seco; : média do peso de óleo; Vcc 3 cm - volume com casca do fuste até 3 cm de diâmetro; Vsc 3 cm - volume sem casca até 3 cm; PS: peso seco.

OBS: Para calcular o número de moirões por m3 sólido ou por mst ou metro cúbico de lenha considerou-se o volume da árvore até 3cm de diâmetro nos galhos, oriundos das medições de seu DAP e altura total.

 

5. EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O VOLUME, O PESO SECO, O PESO DE ÓLEO E O NÚMERO DE MOIRÕES

Para viabilizar a estimativa destes parâmetros ajustaram-se modelos alterando a variável, que ora foi o volume, ora o peso seco, ora o peso de óleo e ora o número de moirões, como discriminado à seguir:

·         Volume (m3) do fuste + galhos até 3 cm de diâmetro com casca;

·         Volume do fuste (m3);

·         Peso seco (kg) do fuste + galhos até 3 cm de diâmetro com casca;

·         Peso seco (kg) do fuste;

·         Peso seco (kg) dos galhos finos (< 3 cm de diâmetro com casca);

·         Peso de óleo (kg) do fuste + galhos até 3 cm de diâmetro com casca;

·         Peso de óleo do fuste (kg);

·         Peso de óleo (kg) dos galhos finos (< 3 cm de diâmetro com casca);

·         Número de moirões.

Para obter a estimativa do volume da copa compreendida pelos galhos com diâmetro até 3 cm com casca, deve-se estimar a característica de interesse expressa pela equação que fornece fuste + galhos até 3 cm de diâmetro com casca e subtraí-la da característica de interesse estimada pela equação para o fuste.

Para obter a estimativa do peso seco ou do peso de óleo das folhas, deve-se estimar a característica de interesse expressa pela equação que fornece (fuste + galhos ³ 3cm) + fuste < 3cm + folhas, ou seja, a equação para o total e subtraí-la das estimativas de duas equações, uma que estima o volume do fuste + galhos ³ 3 cm e outra que estima os galhos finos < 3 cm.

O critério de seleção dos modelos baseou-se no coeficiente de determinação ajustado (R2), no erro padrão residual corrigido (Syx) e em porcentagem e na análise gráfica de resíduos. O R2 expressa a quantidade de variação da variável dependente que é explicada pelas variáveis independentes. Assim, quanto mais próximo de um for o valor do R2, melhor o ajuste. O Syx mede a dispersão média entre os valores observados e estimados ao longo da linha de regressão. Valores menores desta estatística indicam melhores ajustes.

As medidas de precisão R2 e Syx não devem ser utilizadas isoladamente para o julgamento da precisão do modelo, pois podem fornecer informações enganosas sobre o ajuste. O recomendado é completá-las fazendo uma análise gráfica de resíduos, que é decisiva na avaliação da qualidade das estimativas, pois permite detectar se há ou não tendenciosidade na estimativa da variável dependente ao longo de toda a linha de regressão.

As equações selecionadas para estimar o volume, o peso seco, o peso de óleo e o número de moirões estão na Tabela 2, acompanhadas de suas medidas de precisão. Maiores detalhes destas podem ser obtidos no trabalho de Perez (2001).

As variáveis independentes explicam de maneira muito satisfatória as variações da variável dependente, o que é constatado ao observar os valores de R2. Já com relação ao erro médio, verifica-se que os valores são elevados, fato justificado pela variabilidade encontrada nas árvores amostra, típico da vegetação nativa. No entanto, ao observar os gráficos de resíduos, constatou-se que embora o erro de estimar o volume, o peso seco, o peso de óleo ou o número de moirões de um único indivíduo seja relativamente grande, a inexistência de tendência  indica claramente que erros de superestimativas estão anulando os erros de subestimativa. Este fato garante o bom uso das equações ao nível das parcelas do inventário florestal. Em essência, ao aplicar equações em um povoamento, este é o ponto crucial que se procura atingir.

TABELA 2 - Equações para estimar o volume, a quantidade de óleo, o peso seco e o número de moirões para a candeia, região de Aiuruoca, MG.

 

Característica

Equação

R2

corr (%)

Syx*

Volume

(m3)

Ln Vcc = -12,021443 + 2,024449 Ln (CAP) + 0,822959 Ln (H)

97,63

0,052778

Ln Vfustecc = -11,057239 + 1,507869 Ln (CAP) + 1,023071 Ln (H)

89,36

0,046959

 

 

Ln Vsc = -11,997595 + 1,956983 Ln (CAP) + 0,781851 Ln (H)

95,78

0,037795

Ln Vfustesc = -11,163939 + 1,437837 Ln (CAP) + 1,046575 Ln (H)

80,64

0,043979

 

 

Peso seco

(kg)

Ln PST = -4,626534 + 2,070674 Ln (CAP) + 0,412421 Ln (H)

97,06

42,595984

Ln Psfuste + galhos ³ 3 cm = -5,542399 + 2,114627 Ln(CAP) + 0,664666 Ln (H)

97,57

36,214802

Ln Psgalhos < 3 cm = -4,337392 + 1,999887 Ln (CAP) - 0,532305 Ln (H)

72,68

11,371240

 

 

Peso de óleo (kg)

Ln POT = -10,109711 + 2,287298 Ln (CAP) + 0,435491 Ln (H)

91,86

1,076777

Ln Pofuste + galhos ³ 3 cm = -10,523597 + 2,32229 Ln (CAP) + 0,512361 Ln (H)

91,40

0,996686

Ln Pogalhos < 3 cm = -10,943578 + 2,414379 Ln (CAP) - 0,72726 Ln (H)

71,18

0,091597

25,59

0,588180

Número de moirões

Ln NM = -6,917230 + 1,326640 Ln (CAP) + 1,497660 Ln (H)

86,04

2,717010

Onde: V - volume, em m3, do fuste + galhos com diâmetro com casca ³ 3 cm ; cc - com casca; sc - sem casca; PST - peso seco, em kg, do (fuste + galhos com diâmetro com casca ³ 3 cm) + peso seco dos galhos finos (< 3 cm de diâmetro) + peso seco das folhas; POT - peso de óleo, em kg, do (fuste + galhos com diâmetro com casca ³ 3 cm) + peso de óleo dos galhos finos (< 3 cm de diâmetro) + peso de óleo das folhas; NM - número de moirões; Ln - logaritmo neperiano.

* Encontram-se nas seguintes unidades: m3 para os volumes e kg para as quantidades de óleo e para os pesos secos.

 

 

6. SISTEMA SILVICULTURAL

Os sistemas silviculturas são um conjunto de intervenções do homem na floresta, tais como, desbastes de árvores, remoção e substituição por novas culturas, de modo a aumentar sua produtividade. Um sistema silvicultural é caracterizado pelo método de regeneração utilizado e pelo arranjo no espaço da cultura em questão, de modo a facilitar sua proteção e colheita. Para que a pratica de manejo florestal sustentado tenha êxito é necessário o conhecimento teórico destes sistemas. Na Figura 5, são mostrados diferentes povoamentos nativos de candeia, onde tais tratamentos devem ser aplicados, da maneira a perpetuá-los na área gerando também renda aos agricultores.

Especificamente para a candeia, espécie pioneira e cujo aproveitamento para fins comerciais deve ser restrito a áreas homogêneas com a espécie ou nas bordas das matas, o conjunto de métodos silviculturais que mais se aproxima ao manejo desejável para esta espécie é o que se baseia no Método de Transformação por Via da Sucessão Dirigida. Uma  síntese de alguns métodos que compõem o espectro deste método será apresentada a seguir a fim de que o manejador possa escolher qual será o mais viável aplicar em seu candeal.

     

 

 

 

 
(a)                                                                              (b)

         FIGURA 5: Povoamentos nativos de Eremanthus incanus (a) e  Eremanthus erythropappus (b)

 

6.1.  Sistema de porta sementes com regeneração natural

Para espécies pioneiras pode-se adotar este sistema, se a regeneração natural for intensa. Para isto é necessário ter grande dispersão de sementes (chuva de sementes), normalmente pelo vento,  a partir de árvores porta sementes (Figuras 6 e 7). No caso da candeia a dispersão ocorre nos meses de agosto a outubro.

O sucesso para que haja uma alta intensidade de regeneração natural para a candeia é que as sementes, estando em contato com o solo, recebam luminosidade direta e água das chuvas, já que a candeia não apresenta problemas de dormência. Portanto, o  sistema porta semente deve ser aplicado antes das sementes se dispersarem, deixando um estoque de árvores no povoamento remanescente, tal que a distância entre elas varie entre 12 e 15 metros. Após a exploração do candeal algumas ações devem ser executadas. Uma delas é a promoção da limpeza do solo. Outra é o revolvimento deste sempre que possível. Estas ações contribuirão para o estabelecimento de uma intensa regeneração natural tão logo após a dispersão das sementes  haja condições de umidade adequada para promover a sua germinação.

A aplicação deste sistema é simples e a cobertura vegetal do solo é reestabelecida com rapidez e de forma segura, visto que as novas mudas estão mais aptas morfologicamente às condições do sítio (fatores bióticos e abióticos). Outra característica importante deste sistema é a redução das despesas necessárias com a implantação da regeneração.


FIGURA 6: Sistema de porta semente

 

 

               

FIGURA 7: Sistema de porta semente em que não foi feita a limpeza do sub-bosque, mesmo assim houve intensiva regeneração natural de candeia

 

6.2. Sistema de seleção de grupo ou sistema de corte seletivo em grupo

A forma típica do sistema de corte seletivo, na qual árvores isoladas são exploradas, é mais indicado para se trabalhar com espécies que desenvolvem e reproduzem na sombra, o que reduz a possibilidade de ser rapidamente suprimida pelas espécies de rápido crescimento (exigentes de luz), geralmente sem interesse econômico.

O sistema de corte seletivo aplicado em espécies que sejam exigentes de luz baseia-se na

remoção de um pequeno grupo de árvores na operação de exploração e derrubada. Desta forma, pequenas clareiras são formadas para que haja boa incidência de luz solar e estas sejam distribuídas por toda a área. O propósito é garantir que a regeneração natural das espécies de interesse ocorra de forma satisfatória.

            Neste sistema de manejo cada grupo é explorado numa área que tem em média diâmetro entre 14 e 20 metros (Figura 8). Os cuidados para garantir uma alta intensidade de regeneração natural são os mesmos que os adotados para o sistema porta sementes.


FIGURA 8: Sistema de seleção em grupo

 

 

6.3. Sistema em faixa

Este sistema difere em poucos detalhes dos outros sistemas, tendo em comum a característica de deixar o estrato superior visando proteger naturalmente o solo. Neste caso, a regeneração dirigida é conduzida em estreitas faixas abertas na floresta.

O sistema em faixa pode ser dividido em 5 formas diferentes: Sistema de faixas progressivas; Sistema de faixas alternadas; Sistema de faixas em cunha; Sistema de cobertura em faixas; e o Sistema de faixas em grupo. Neste trabalho serão considerados apenas os dois últimos sistemas.

 

a) Sistema de floresta de cobertura em faixa

Este sistema foi desenvolvido a partir do sistema uniforme de floresta de cobertura, com algumas modificações. Os cortes de condução da regeneração são realizados seguindo a direção predominante dos ventos, evitando assim maiores danos.

O sistema de floresta de cobertura em faixa requer poucas alterações para se converter em um sistema de cortes sucessivos de regeneração (corte de semeadura, corte secundário e corte final). O resultado final deste sistema consiste na abertura de estreitas faixas dos estratos superiores, com o objetivo de proporcionar um maior ou menor ângulo de infiltração de luz à regeneração, seguindo a direção predominante dos ventos na região.

Assim que a regeneração de interesse estiver suficientemente estabelecida na faixa, um segundo corte de semeadura é feito ao longo da segunda faixa adjacente à primeira, seguindo a direção do vento.

Quando a regeneração estiver suficientemente estabelecida na segunda faixa, esta será submetida ao corte secundário e a primeira faixa, aos sucessivos cortes de condução (desbaste, melhoramento, refinamento e colheita). Na terceira faixa, adjacente a segunda, é feito então o corte de semeadura. Estes tratamentos para favorecimento da regeneração são conduzidos progressivamente seguindo a direção dos ventos predominantes em uma série de estreitas faixas adjacentes a anterior e distribuídas regularmente sobre toda a floresta a ser manejada.

Assim como no sistema uniforme, no sistema de floresta de cobertura em faixa, o número, a freqüência dos cortes de condução da regeneração, a amplitude e o espaçamento entre as faixas, variam de acordo com a espécie, localidade, desenvolvimento de regeneração, e outros fatores relacionados à ecologia da espécie e características do sitio.

Na prática, o número de sucessivos cortes de condução da regeneração não é constante para todas as faixas, já que em algumas faixas a regeneração pode desenvolver-se mais rapidamente do que em outras. Desta forma o número de faixas sucessivas com regeneração em um certo tempo pode variar, embora teoricamente elas sejam geralmente 3: estádio de muda, estádio secundário e estádio final, seguindo respectivamente esta ordem quanto a sua idade.

As vantagens do sistema de floresta de cobertura em faixa são: proporciona uma melhor proteção da floresta contra a ação dos ventos; favorece a regeneração das espécies exigentes de luz; minimiza os danos ao povoamento durante as operações de corte e extração; melhor controle do progresso da regeneração; proporciona uma melhor aparência à floresta devido a diversidade de estratos. Como desvantagens pode-se citar: as atividades silviculturais não são concentradas em uma única área, o que aumenta ainda mais os custos de condução do povoamento; o sistema demanda um rigoroso e específico mapeamento da área e faixas de regeneração.

Este método, segundo Matthews (1994), foi utilizado a mais ou menos 150 anos em povoamentos puros de abeto vermelho na Noruega com adição de espécies exigentes de luz e tolerante à sombra.

A partir da 2ª guerra vem sendo praticado no sudeste da Alemanha, com algumas adaptações para favorecer as espécies locais.

 

b) Sistema de Faixa em Grupos

Este sistema é uma modificação do sistema de floresta de cobertura em faixa. De modo geral, o planejamento com relação à abertura do dossel e as faixas são iguais, somente o modo de como esses cortes são executados é que difere.

No primeiro caso, o corte de semeadura consiste de uma abertura total do dossel, dispostos em faixas espaçadas regularmente sobre toda a área. Já para o segundo caso, a abertura do dossel superior também é feita em faixas, porém não é removida toda a cobertura florestal da

faixa. A intenção é de favorecer grupos de espécies de interesse e com crescimento superior.

São abertas pequenas clareiras com diâmetros médios variando entre 30-50 m, dependendo do sítio e das características ecológicas da(s) espécie(s) envolvida(s). Estas clareiras, destinadas a favorecer o desenvolvimento dos grupos de espécies de interesse, são ampliadas continuamente com o passar dos anos.

O progresso dos cortes (de regeneração, secundário e colheita) e a forma das faixas são pouco regulares neste sistema, quando comparadas com o sistema de floresta de cobertura em faixa.

As vantagens deste método são: a regeneração pode ser estabelecida de maneira mais simples e rápida, por favorecer grupos de indivíduos com melhor desenvolvimento; a formação de estratos de diferentes idades e tamanho, proporcionam uma melhor proteção aos estádios mais jovens; os povoamentos mistos podem ser facilmente conduzidos; e a aparência da floresta torna-se mais atraente à fauna. A maior desvantagem está nos danos causados ao estoque de regeneração das espécies de interesse, durante a exploração. Estes danos tornam-se maiores quando a área possui uma inclinação elevada.

Este sistema foi amplamente utilizado por H. von Huber, do serviço florestal alemão, especificamente na Bavaria e em toda a Europa Central.

 

7.      SISTEMA DE MANEJO

O sistema de manejo utilizado para a candeia é o de corte seletivo, para o qual devem ser observadas as seguintes informações:

·         Inventário florestal;

·         Análise da estrutura da vegetação;

·         Peso de óleo contido nas diversas classes diamétricas;

·         Número de moirões contidos nas diversas classes diamétricas;

·         Ritmo de crescimento em diâmetro das árvores;

·         Critério de floresta balanceada;

·         Plano de manejo propriamente dito.

 

 

7.1.Plano de manejo para produção de moirões e de óleo (resíduos) em fragmento situado no município de Baependi – MG

Após a aplicação do plano é crucial cuidar da floresta remanescente. Especificamente no caso da candeia deve-se estimular o desenvolvimento da regeneração natural e fazer sua condução para gerar uma nova floresta que tenha potencial comercial.

Definida a estratégia de como implantar o plano, já é possível ajustar o modelo de Meyer na forma logarítmica. Para fins de exemplificação será utilizada a equação  para a qual o quociente de De Lioucourt foi de 1,5260.

O plano de manejo adotado para a produção de moirões considerou o diâmetro mínimo de medição igual a 7 cm, o quociente de Lioucourt foi 2,2 vezes o valor do quociente original (1,526), a intensidade de remoção em área basal foi de 60% e o diâmetro máximo de condução dos candeais foi de 30 cm. Esta opção de plano implicou numa exploração de 12,154 m3/ha ou 22,504 mst/ha, dos quais 5,256 m3 ou 9,788 mst foram utilizados para a produção de moirões e os 6,897 m3 ou 12,716 mst de galhos podem ser utilizados para a produção de óleo ou, numa situação menos nobre, para energia (Tabela 4).

  A execução deste plano implicará numa renda de R$ 1.238,59/ha ao agricultor pela venda da madeira do fuste após o desdobro para moirões. Se o volume dos galhos ³ 3 cm de diâmetro forem vendidos como madeira para produção de óleo, a renda aumentará em R$ 762,95, totalizando R$ 2.001,54/ha, o que mostra a potencialidade deste plano de manejo para a candeia.

 

TABELA 4 – Informações sobre o plano de manejo visando a produção de moirões, usando o fuste da madeira, e óleo, usando os resíduos da madeira

 

ANTES DA REMOÇÃO

VC

N

Volume de fuste + galhos ³ 3 cm observado

(m3/ha)

Volume de fuste + galhos ³ 3 cm

(mst)

Volume do fuste observado

(m3/há)

Volume do fuste

(mst)

Volume dos galhos ³ 3 cm observado

(m3/ha)

Proporção de volume de galhos em relação ao volume do fuste

Área basal observada

(m2/ha)

Número de moirões

Número de moirões por mst em relação ao volume do fuste + galhos ³ 3cm

Número de moirões por mst em relação ao volume do fuste

 

7,5

125,28

5,67

1,884

4,29

1,367

3,12

0,517

0,378

0,553

110,4

25,7

35,4

 

12,5

111,06

6,49

5,251

10,45

3,007

5,98

2,244

0,746

1,363

235,9

22,6

39,4

 

17,5

29,03

8,85

3,501

5,67

1,793

2,9

1,708

0,952

0,698

153,3

27,0

52,9

 

22,5

4,32

8,93

0,873

1,76

0,393

0,79

0,480

1,221

0,172

32,3

18,3

40,9

 

27,5

5,30

8,94

1,609

2,78

0,654

1,13

0,956

1,462

0,315

51,8

18,6

45,8

 

32,5

2,78

7,70

1,047

1,95

0,379

0,70

0,668

1,762

0,231

27,1

13,9

38,7

 

37,5

0,93

6,80

0,422

0,79

0,138

0,26

0,284

2,058

0,103

9,1

11,5

35,0

 

67,5

1,28

15,00

3,665

6,82

1,038

1,93

2,626

2,530

0,458

89,3

13,1

46,3

 

Média

 

 

 

 

 

 

 

1,389

 

 

18,8

41,8

 

Total

279,98

 

18,253

34,51

8,769

16,81

9,484

 

3,893

709,0

 

 

 

 

REMOVIDO A PARTIR DO PLANO DE MANEJO

VC

N removida

Número de moirões removidos

Volume de fuste + galhos ³ 3 cm removidos

(m3)

Volume de moirões removidos

(m3)

FE

Volume de fuste + galhos ³ 3 cm removidos

(mst)

Volume de moirões removidos

(mst)

Volume de galhos não aproveitados como moirão

(m3)

Volume dos galhos não aproveitados como moirão

(mst)

Renda advinda dos moirões

(R$/ha)

Renda advinda do volume de galhos para óleo

(R$/ha)

Renda total

(R$/ha)

 

7,5

15,49

13,6

0,233

0,169

2,28

0,531

0,385

0,064

0,146

39,84

8,75

48,59

 

12,5

70,32

149,3

3,325

1,904

1,99

6,616

3,788

1,421

2,828

436,07

169,68

605,75

 

17,5

16,89

89,2

2,037

1,043

1,62

3,300

1,690

0,994

1,610

260,44

96,62

357,06

 

22,5

0,71

5,3

0,143

0,065

2,02

0,290

0,131

0,079

0,159

15,49

9,56

25,05

 

27,5

4,22

41,2

1,281

0,521

1,73

2,217

0,901

0,761

1,316

120,33

78,98

199,31

 

32,5

2,78

27,1

1,047

0,379

1,86

1,947

0,704

0,668

1,243

79,11

74,58

153,69

 

37,5

0,93

9,1

0,422

0,138

1,86

0,786

0,257

0,284

0,528

26,56

31,70

58,26

 

67,5

1,28

89,3

3,665

1,038

1,86

6,816

1,931

2,626

4,885

260,75

293,09

553,84

 

Média

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Total

112,62

424,2

12,154

5,256

1,92*

22,504

9,788

6,897

12,716

1238,59

762,95

2001,54

 

VC - Valor central das classes de diâmetro; N - Número de árvores com diâmetro mínimo ³ 5 cm por hectare;  - Média aritmética das alturas (m); FE - fator de empilhamento.

* Valor ponderado pelas classes diamétricas.

R$ 35,00 - preço da dúzia de moirões.

R$ 2,92/moirão.

 

 

O plano de manejo visando a produção de moirões e de óleo dos resíduos da madeira gera mais renda do que o plano em que se objetiva apenas a produção de óleo. Contudo, deve-se considerar que:

·         Os custos com o desdobro dos moirões são mais altos que os incorridos com a venda da madeira para a produção de óleo;

·         Os custos da comercialização, quando se usa a madeira para produzir óleo, são pequenos;

·         Os custos da comercialização dos moirões são mais altos que a venda da madeira para produção de óleo;

·         Produzindo óleo, o agricultor pode se organizar em cooperativas para vender o alfabisabolol extraído da madeira. Com isso, sua renda será maior, comparado à situação em que vendia madeira, produto primário com pequeno valor agregado.

 

8.      EXPLORAÇÃO FLORESTAL

Em locais em que não há cursos d’água, o número de árvores de candeia a ser explorado por classe diamétrica deverá ser uniformemente distribuído na área, sendo esta plana ou em declive. Nos locais em que houver cursos d’água sugere-se adotar o seguinte procedimento: em área plana deixar como área de preservação permanente a área mínima prescrita em lei, acrescida de pelo menos 10m; em áreas inclinadas deixar a área de preservação permanente prescrita em lei e, nas faixas subsequentes a esta área, estabelecer um gradiente para remoção da candeia de forma que nas faixas mais próximas haverá remoção de um número menor de plantas que o estabelecido pelo plano de manejo original e, nas faixas mais distantes, haverá remoção de mais plantas que o estabelecido no plano.

O número de árvores retirado em cada faixa subsequente deve ser definido de forma a garantir que o número total de árvores a ser retirado da área seja igual ao prescrito no plano de manejo. Este procedimento permite manejar corretamente o candeal e conservar o solo e a água da microbacia em questão.

Para explorar o candeal (Figura 9), pode-se ou não dividir a área em glebas, devendo ser esta decisão tomada pelo responsável pela exploração. A derrubada das árvores pode ser com o uso de machado e, ou, motosserra, fazendo-se um corte em bisel a uma altura média de 10 cm. No desgalhamento e no desdobro, pode-se usar machado ou foice.

Para transportar a madeira até o pátio de estocagem, que situa-se às margens de estradas localizadas no entorno dos candeais, usam-se muares (Figura 10). Este sistema de exploração se constitui em uma ação sensata de aproveitamento do ambiente, uma vez que é de baixíssimo impacto ambiental, não envolve movimentação de terra e gera emprego para o homem do campo.

      

 FIGURA 9: Corte de candeia (Eremanthus erythropappus) usando motosserra

 

           

  FIGURA 10 – Retirada de madeira do candeal usando muares

 

 

9. REGENERAÇÃO NATURAL

A candeia é uma espécie pioneira e a dispersão de suas sementes ocorre no período de agosto a meados de novembro. Havendo incidência de luz direta nas sementes e chuvas para aumentar a umidade, a regeneração natural pode ser intensa, promovendo a ocupação da área.

A utilização ou não de tratamentos silviculturais em áreas onde se quer incrementar a regeneração natural da candeia depende de condições específicas de cada local e das condições que o cercam. Nos casos em que, no sub-bosque do candeal, há grande incidência de plantas invasoras, como capins, samambaias, etc, que impedem a incidência de luz sobre a semente, recomenda-se efetuar uma limpeza a fim de eliminá-las e se possível promover o revolvimento do solo. A aplicação de herbicidas, roçadas ou até queima controlada são maneiras de limpar a área que podem ser adotadas, dependendo de cada situação.

 

9.1.O manejo a partir do controle da regeneração natural

a)      Caso em que o povoamento remanescente não recebe tratamento silvicultural após a exploração

A Figura 11 retrata a estrutura de um povoamento de candeia remanescente à exploração, em que o autodesbaste foi feito naturalmente, para permitir que as plantas remanescentes tenham  um desenvolvimento em diâmetro que as tornem aproveitáveis comercialmente. Esta é a estratégia adotada por 100% dos agricultores que exploram a candeia, ou seja, eles não fazem nenhum tipo de raleio na regeneração natural, a fim de diminuir a competição entre as plantas.

É interessante observar que, apesar de a exploração da candeia permitir a obtenção de um alto retorno econômico, ela não é tratada como uma cultura. Assim não se exercita o conceito de uma agricultura tecnificada e baseada na alta produtividade, e sim o conceito de extrativismo. Com esta estratégia o agricultor deixa o povoamento em constante stress, com um número de plantas por hectare sempre superior ao que o sítio tem capacidade para suportar. Isto aumenta o ciclo de corte e reduz  o retorno econômico do proprietário.

     

        FIGURA 11- Desenvolvimento em diâmetro de plantas de candeia crescendo sem manejo.

 

 

b)      Caso em que a regeneração natural se estabelece na área após a ocorrência de queimada

A Figura 12 mostra a distribuição espacial da regeneração natural de um candeal 2 anos e meio após sua queima total por um incêndio florestal ocorrido em outubro de 1999. Esta situação comprova que, havendo boa intensidade luminosa sobre as sementes e ocorrência de chuvas é possível obter alta intensidade da regeneração natural.

 

FIGURA 12 - Distribuição espacial da regeneração natural de um candeal 2 anos e meio após sua queima total por um incêndio florestal ocorrido em outubro de 1999

 

A  estrutura da regeneração natural de parcelas lançadas nesta área (Figuras 13 e 14) mostra que, em média, há 96.625 plantas/ha, implicando na total ocupação da área. Este fato tem duas implicações: a primeira é que com uma regeneração natural tão intensa todos os espaços são ocupados, permitindo selecionar as plantas que se deseja conduzir para atingirem o ciclo de corte sem que haja a formação de clareiras na área; a segunda é que se nenhum manejo for adotado na área haverá competição excessiva e as plantas se desenvolverão em altura e quase nada em diâmetro. Este na realidade só começará a apresentar desenvolvimento mais significativo quando começar a ocorrer o autodesbaste na vegetação em questão, o que torna a rotação da cultura mais longa e reduz o potencial produtivo da área pelo excesso de competição. É neste instante que o manejador deve agir, promovendo intervenções para controlar a competição e obter o máximo aproveitamento do potencial produtivo do sítio.

 

        

FIGURA 13 - Desbaste aplicado na regeneração natural de Eremanthus incanus em Julho de 2002, em experimento situado no município de Morro do Pilar - MG

          

FIGURA 14 : Porte da regeneração natural de candeia Eremanthus incanus 10 meses após a realização do desbaste retratado na Figura 11.

 

10. O POTENCIAL ECONÔMICO DA CANDEIA em plantios

Com base na experiência dos pesquisadores da UFLA em relação a candeais nativos e nas primeiras avaliações de desenvolvimento dos experimentos com plantios, realizou-se uma análise econômica a fim de verificar o potencial econômico da espécie. Considerou-se um plantio  em espaçamento 3,0 x 1,5m, e duas taxas de incremento médio anual em diâmetro das plantas na idade prevista de corte de 7 anos (Tabela 6). Nota-se que, vendendo a madeira a R$ 70,00/mst, obtém-se uma renda total de R$ 5.167,92/ha, se o DAP esperado aos 7 anos de idade for de 7,37 cm. Nestas condições, a Taxa Interna de Retorno (TIR) será de 28,9% e o Valor Presente Líquido (VPL) variará de R$ 622,98 a R$ 2.194,81/ha, dependendo da taxa de juros considerada. Caso o DAP esperado seja de 12,36 cm, a renda aumenta para R$ 12.467,00/ha, a TIR para 44,7% e o VPL para a faixa de R$ 2.418,12  a  R$ 7.524,20/ha.

 

TABELA 4 - Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR) para povoamentos de candeia plantados.

 

Espaç

DAP

Esperado

(cm)

IMAD

(cm/ano)

Volume

/árvore

m3

No  de arvores

(menos falhas

e mortas = 10%)

Volume

(m3/há)

Volume

(mst/ha)

Renda

(R$ 70,00/mst)

Taxa de

Juros (%)

VPL

(R$/ha)

TIR

(%)

3 x 1,5

7,37

1,05

0,0176

2.000

35,2

80,256

5.617,92

4%

2.914,81

28,9

 

 

 

 

 

 

 

7%

2.236,18

 

 

 

 

 

 

 

 

10%

1.694,49

 

 

 

 

 

 

 

 

13%

1.259,50

 

 

 

 

 

 

 

 

16%

908,21

 

 

 

 

 

 

 

 

19%

622,98

 

12,36

1,76

0,0448

2.000

89,5

178,100

12.467,00

4%

7.524,20

44,7

 

 

 

 

 

 

 

7%

6.013,99

 

 

 

 

 

 

 

 

10%

4.807,48

 

 

 

 

 

 

 

 

13%

3.838,06

 

 

 

 

 

 

 

 

16%

3.054,65

 

 

 

 

 

 

 

 

19%

2.418,12

 

 

 

11. O COMÉRCIO DOS PRODUTOS DA CANDEIA

A madeira de candeia tradicionalmente foi muito empregada na construção naval, construção de canoas, lenha, e postes. Entretanto, ultimamente os principais produtos obtidos da candeia são moirões para cerca e óleo essencial do qual é extraído o alfabisabolol. Os moirões podem ser obtidos utilizando madeira das espécies Eremanthus incanus e Eremanthus erythropappus, mas o óleo essencial com alto teor de alfabisabolol tem que ser produzido a partir da madeira da segunda espécie.

 

11.1. Moirões

O comércio de moirões inicia com o corte da árvore, atividade realizada pelos extratores de moirões que normalmente são trabalhadores rurais e pequenos produtores rurais.

Os trabalhadores rurais são pessoas não-proprietárias de terras que, na maior parte do tempo, dedicam-se à retirada de candeia em terra de terceiros. Eles residem em zonas rurais e urbanas dos municípios onde a candeia ocorre com abundância. Já os pequenos produtores rurais possuem pouca terra onde pode ou não haver candeia. Parte de seu tempo é dedicado as atividades agropecuárias em sua propriedade e parte é dedicado a extrair candeia em terras próprias ou em terras de terceiros.

Para cortar a candeia os extratores usam machado e, ou, motoserra. O baldeio da madeira até a beira das estradas normalmente é feito com muares (burros).

Os extratores são contratados pelos proprietários de terras onde há candeia e/ou por atacadistas de candeia, que fazem o pagamento por dia de trabalho ou em função da quantidade de moirões cortados e baldeados até a beira da estrada, sendo esta a maneira mais usada.

O salário pago por dia de trabalho varia entre regiões e mesmo em determinado município. Em média o salário diário de um trabalhador varia de R$ 6,00 a R$ 12,00. Já o  preço pago pela dúzia de moirões da espécie Eremannthus incanus, colocada na beira da estrada, varia de R$2,00 a  R$ 5,00. Este valor depende do diâmetro dos moirões, da quantidade de moirões existentes por unidade de área, da proximidade das estradas para onde os moirões serão baldeados, da topografia da área, e de outras dificuldades encontradas para cortar e retirar a madeira de dentro do candeal.

            Utilizando machado um trabalhador consegue cortar de 8 a 20 dúzias de moirões por dia, sendo este rendimento dependente das condições mencionadas anteriormente. Para baldear a madeira até a beira da estrada utilizando tropa de 3 burros o rendimento é de 15 a 30 dúzias por dia. Cada burro transporta de 8 a 15 moirões, dependendo do diâmetro dos mesmos e das condições do terreno.

Para a produção de moirões, as  árvores a serem cortadas devem ter pelo menos uma grossura variando de “garrafa” (7 cm de diâmetro) a “litro” (8 cm de diâmetro). Abaixo deste diâmetro o moirão não tem boa aceitação pelo mercado devido a sua baixa durabilidade, uma vez que a madeira tem pouco cerne e muito “branco” (alburno). Já quando o moirão vai ser usado como “esticador”, o ideal é que sua grossura seja pelo menos igual a de um garrafão (12 cm de diâmetro).

Os extratores de candeia são contratados pelos grandes proprietários rurais que exploram candeia e pelos atacadistas de candeia.

Os grandes proprietários rurais são fazendeiros capitalizados que dispõem de caminhões para transportar a candeia. Há casos de produtores rurais que atuam como atacadistas de candeia, ou seja, além de explorar candeia em sua propriedade compram candeia de outros proprietários de terra de seu município e algumas vezes dos municípios vizinhos.

Os atacadistas de candeia são pessoas que comercializam candeia e que normalmente possuem caminhão, utilizado para o transporte de diversas mercadorias, mas a atividade principal é o transporte de candeia. Compram a madeira de produtores rurais e a vendem em diversos municípios mineiros e de outros estados. A área de abrangência do atacadista pode envolver vários municípios onde a candeia ocorre em abundância.

Os caminhões com candeia se deslocam para cidades mineiras (principalmente do sul de minas e do triângulo mineiro) e de outros estados (principalmente de São Paulo e do Espírito Santo) onde estacionam próximos a sindicatos rurais, cooperativas agrícolas, estabelecimentos comerciais que vendem produtos agropecuários, praças e vias de tráfego intenso e aguardam a chegada dos compradores. A negociação é feita diretamente entre o comprador (normalmente fazendeiros da região) e o caminhoneiro.

A época em que há mais procura por moirões é no início do plantio da safra agrícola quando há necessidade de isolar as áreas para evitar acesso de animais domésticos nos plantios. Contudo, a comercialização de moirões ocorre o ano inteiro, havendo paralização apenas em épocas de chuvas intensas que danificam as estradas rurais e impedem o acesso dos caminhões aos candeais para a retirada da madeira. Alguns atacadistas possuem pátios para estocar moirões e assim garantir um fluxo mais constante do produto no mercado. A tabela 5 mostra a faixa de variação de preço dos moirões de candeia em diversas situações de venda.

 

        TABELA 5 - Preço de venda de moirões de candeia em diversas situações

  Condição de venda

Preço Mínimo1 (R$/dúzia)

Preço Máximo

(R$/dúzia)

- Madeira em 1

5,00

8,00

- Moirão cortado e retirado do candeal

8,00

15,00

- Moirão entregue na propriedade do comprador2

30,00

60,00

1 A variação nos preços da madeira em pé ocorre devido a fatores como diâmetro dos moirões do candeal,  quantidade de moirões existentes por unidade de área, proximidade das estradas para onde os moirões serão baldeados, topografia da área, e outras dificuldades encontradas para cortar e retirar o moirão de dentro do candeal.

2 A variação nos preços ocorre devido a fatores como diâmetro dos moirões, época do ano e distância percorrida pelo caminhoneiro.

 

 

11.2. Óleo de candeia natural bruto e alfabisabolol natural

            O óleo de candeia natural bruto é extraído diretamente da madeira da candeia. Ele passa por um processo de refino inicial na indústria extratora, porém ainda possui diversos componentes, além do alfabisabolol.

            O alfabisabolol natural é um produto obtido a partir da destilação do óleo bruto, que possui características específicas de aspecto, cor, odor, densidade, índice de refração, rotação ótica, solubilidade em álcool, índice de acidez e pureza (por GLC) em alfabisabolol (mínimo de 95%)

            O comércio de óleo, a exemplo do comércio de moirões, inicia com o corte da árvore, atividade realizada pelos extratores de candeia que normalmente são trabalhadores rurais e pequenos produtores rurais. O extrator recebe o pagamento por dia de trabalho ou em função do volume de madeira extraído, sendo esta a forma mais utilizada.

Para cortar e colocar a madeira na beira da estrada o extrator recebe de R$ 3,00 a R$ 7,00 por metro estéreo. Este valor depende do diâmetro e da altura das árvores, da densidade de árvores por unidade de área, da proximidade das estradas para onde a madeira será baldeada, da topografia da área, e de outras dificuldades encontradas pelo extrator para cortar e retirar a madeira do candeal.

Uma equipe de dois trabalhadores sendo um para cortar usando motosserra e outro para baldear a madeira para fora do candeal usando dois muares (burros), consegue extrair de 6 a 10 mst de madeira por dia, sendo que este rendimento varia em função das condições mencionadas anteriormente.

  Os extratores trabalham para grandes produtores rurais e para atacadistas de candeia, que atuam como intermediários no comércio de madeira para óleo, comprando a candeia de terceiros por um preço que varia de R$ 18,00 a R$ 22,00/mst, se a madeira for adquirida em pé no candeal, e de R$ 40,00 a R$ 55,00/mst, se a madeira já estiver cortada e colocada na beira da estrada.

A candeia é vendida para as fábricas de óleo que pagam de R$ 50,00 a R$ 60,00/mst pela madeira colocada na beira da estrada e de R$ 70,00 a R$ 100,00/mst pela madeira colocada em seu pátio. O preço pago pela indústria varia principalmente em função da qualidade da madeira em termos de produção de óleo. Um dos parâmetros visuais mais utilizados para avaliar a qualidade da madeira é o diâmetro das peças. Normalmente, peças de maior diâmetro têm uma proporção maior de cerne que de “branco” (alburno) e como a concentração maior de óleo está no cerne, elas tem maior valor.

 Há no Brasil cinco indústrias que extraem o óleo de candeia natural bruto, sendo duas  em São Paulo, duas em Minas Gerais e uma no Paraná  (Figura 15) (Tabela 6). A capacidade de produção estimada de óleo de candeia natural bruto destas indústrias é de 174 mil quilos por ano, o que gera uma demanda de cerca de 22 mil m3 de madeira. Já o alfabisabolol natural é produzido pelas três indústrias paulistas, apresentadas na Tabela 6.

 

        TABELA 6 – Indústrias que extraem o óleo de candeia natural bruto e/ou alfabisabolol natural

   Especificação

Município

Estado

- Citróleo óleos essenciais indústria e comércio Ltda*

Torrinha

São Paulo

- Purita óleos essenciais indústria e comércio Ltda*

Torrinha

São Paulo

- Dierberger óleos essenciais S.A***.

Barra Bonita

São Paulo

- Citrominas óleos essenciais Ltda**

Carrancas

Minas Gerais

- Citroflora Ltda**

Morro do Pilar

Minas Gerais

- Destilaria Maripá – Óleos essenciais**

Maripá

Paraná

 

* produção de óleo de candeia natural bruto e alfabisabolol

** produção de óleo de candeia natural bruto

*** produção de alfabisabolol

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


FIGURA 15. Detalhes das altoclaves (dornas) e do pátio de estocagem de madeira de uma fábrica de óleo de candeia natural bruto

 

O rendimento obtido na destilação do óleo bruto para obter o alfabisabolol varia de 65 a 75%, ou seja, com 1 (um) Kg de óleo de candeia natural produz-se de 650 a 750 gramas de alfabisabolol.

            A maior parte do óleo de candeia produzido pelas indústrias é exportado, principalmente para indústrias de cosméticos e fármacos de países europeus. Os preços variam de US$ 20.00 a US$ 30.00/Kg, no caso do óleo bruto, e de US$ 38.00 a US$ 55.00/Kg, no caso do alfabisabolol.

 

12.  BIBLIOGRAFIA CITADA E CONSULTADA

 

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CORREA, M.P. Dicionário de plantas úteis do Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1931. v.1, p.431-433.

 

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PÉREZ, J.F.M. Sistema de manejo para candeia (Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish). Lavras: UFLA, 2001. 71p. (Dissertação - Mestrado em Engenharia Florestal)

 

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TEIXEIRA, M.C.B.; NUNES, Y.R.F.; MAIA, K.M.P.; RIBEIRO, R.N. Influência da luz na germinação de sementes de candeia (Vanillosmopsis erythropappa Shuh. Bip.). In: ENCONTRO REGIONAL DE BOTÂNICA, 28., 1996, Belo Horizonte. Anais ... Belo Horizonte: SBB. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 1996. p.35-41.

 

SCOLFORO,J.R.S; OLIVEIRA,A.D.de; DAVIDE,A.C.; MELLO, J.M.de; ACERBI JUNIOR, F. W. Manejo sustentável da candeia Eremanthus erythropappus e Eremanthus incanus. Relatório Técnico Científico. Lavras. UFLA-FAEPE. 350p. 2002.