O QUE É O PROJETO


 

O projeto manejo sustentável da candeia conta com o suporte financeiro do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), do Instituto Estadual de Florestas – MG e do CNPq – PADCT – CIAMB.

Este projeto é desenvolvido pelo Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Lavras – UFLA – e pela Fundação de Apoio ao Ensino e Extensão – FAEPE.

O objetivo do projeto é gerar conhecimentos e desenvolver tecnologia para que o agricultor brasileiro possa aplicar um sistema de manejo e de produção para candeiais nativos e plantados de Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish e Eremanthus incanus (Less) Less..

Duas são as linhas básicas para o desenvolvimento da pesquisa:

1) Desenvolvimento de metodologia para promover o manejo sustentável dos candeiais nativos:

Estão sendo desenvolvidas equações para estimar o volume, o peso seco e a quantidade de óleo das árvores do candeial nativo.

Outras ações são a implantação de experimentos para avaliar a regeneração natural, o estabelecimento de uma rede de parcelas permanentes em diferentes populações de candeia para acompanhar a dinâmica e o crescimento das árvores e a avaliação dos impactos ambientais, econômicos e sociais da exploração da candeia. Estas informações são necessárias para a proposição de planos de manejo que visam a alcançar a produção sustentável dos candeiais.

Inventário

2) Desenvolvimento de metodologia para gerar um sistema de produção comercial da candeia e o seu manejo:

Estão sendo realizadas cubagens rigorosas de árvores de candeia em quatro locais do Estado de Minas Gerais para quantificar e avaliar a qualidade do óleo contido no fuste, galhos, folhas e raízes. Com base nos resultados encontrados, marcam-se árvores matrizes que se destacam pela quantidade e qualidade do óleo produzido. Anualmente são coletadas sementes nas árvores matrizes selecionadas para testar sua viabilidade, as condições ideais para seu armazenamento e para produzir as mudas utilizadas em testes de progênie e em experimentos que testam níveis de adubação, espaçamento, desbaste e desrama artificial.

Estudos estão sendo desenvolvidos referentes à clonagem da candeia e a viabilidade econômica do plantio e manejo da espécie.

A definição das linhas de ação resultaram do levantamento sócio econômico realizado nas regiões de estudo, que permitiram, entre outras coisas, caracterizar a cadeia de comercialização dos produtos da candeia e comprovar que a clandestinidade ainda impera na exploração e no comércio dos produtos dessa espécie. É urgente a necessidade de desenvolver tecnologia para o manejo e o uso dos produtos da espécie, tarefa que os pesquisadores do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Lavras assumiram após o apoio do Ministério do Meio Ambiente e do IBAMA.

Produção de Mudas

Transporte de Madeira

CARACTERIZAÇÃO DA CANDEIA

Existem várias espécies de candeia, porém a Eremanthus erythropappus (DC.) Macleish e a Eremanthus incanus (Less.) Less são as de maior ocorrência em Minas Gerais e compõem o escopo do projeto.

A candeia é da família Asteraceae e pertence ao grupo ecológico das pioneiras, sendo considerada precursora na invasão de campos. Ela se desenvolve rapidamente em campos abertos, formando povoamentos mais ou menos puros, fato que também acontece dentro da floresta quando há alguma perturbação, pois é uma espécie heliófïla, sendo beneficiada pela entrada de luz. A Eremanthus erythropappus e a Eremanthus incanus são árvores cuja altura varia de 2 a 10 m, podendo o DAP atingir 65 e 25cm, respectivamente.

A Eremanthus erythropappus é uma espécie florestal de múltiplos usos, porém é mais utilizada como mourão de cerca, pela sua durabilidade, e para a produção de óleo essencial, cujo princípio ativo, o alfabisabolol, é um componente muito utilizado pelas indústrias de cosméticos e de fármacos devido as suas propriedades antiflogísticas, antibacterianas, antimicóticas, dermatológicas e espasmódicas, A Eremanthus incanus é mais utilizada para a produção de mourão já que seu óleo essencial possui alfabisabolol em pequena quantidade e de baixa qualidade.

Uma característica interessante da.Eremanthus erythropappus é seu desenvolvimento em sítios com solos pouco férteis, rasos e, predominantemente, em áreas de campos de altitude, com esta variando entre 1.000 e 1.700 m, ou seja, locais de difícil implantação de culturas agrícolas e até de algumas culturas florestais. A Eremanthus incanus ocorre em áreas de cerrado, de florestas secundárias e na caatinga. A ocorrência predominante situa-se na faixa de 700 a 1200m de altitude.

A Eremanthus erythropappus e a Eremanthus incanus começam a desenvolver seus botões florais em março. As flores abrem de maio a agosto, sendo o pico de floração no mês de julho, época em que alguns indivíduos já começam a frutificar. A dispersão de sementes ou aquênios ocorre entre os meses de setembro e outubro.

Apesar da exploração e da comercialização da candeia serem atividades geradoras de renda, ainda não há um sistema de manejo consolidado para essa espécie, tanto para as áreas onde sua ocorrência é natural, tanto para plantios puros ou mistos que visam um uso comercial mais planificado. Os produtos obtidos da candeia alcançam preços relativamente altos no mercado- Por exemplo, os pequenos empreendimentos que extraem o óleo essencial pagam entre R$ 60,00 e R$ 80,00 pelo estéreo de madeira. Já os produtores rurais pagam de R$ 35,00 a R$ 50,00 pela dúzia de mourões. O óleo da candeia natural e o alfabisabolol são comercializados nos mercados nacional e internacional, podendo alcançar até US$ 27.00 e US$ 60.00 por quilo, respectivamente.

Equipe:

Projeto: "Sistema de Manejo para a Candeia (Eremanthus erythropappus e Eremanthus incanus)"

Prof. José Roberto S. Scolforo 
Coordenador do projeto - UFLA/MG

Cadeia de comercialização dos produtos da Candeia
Prof. Antônio Donizette de Oliveira - UFLA/MG
Sub coordenador do projeto

Silvicultura da Candeia
Prof. Antônio Cláudio Davide – UFLA/MG
Pesquisador

Diversidade Genética
Profª. Dulcinéia Carvalho - UFLA/MG
Pesquisadora

Melhoramento Genético da Candeia
Prof. Sebastião Carlos Rosado - UFLA/MG
Pesquisador


Contatos:

Universidade Federal de Lavras- UFLA - Departamento de Ciências Florestais DCF,
Caixa Postal 37 - Lavras, MG - CEP: 37200-000
www.ufla.br
; scolforo@ufla.br;
donizete@ufla.br


Núcleo de Estudos em Manejo Florestal - NEMAF DCF/UFLA
Caixa Postal 37 - Lavras, MG - CEP; 37,200-000
www.nucleoestudo.ufla.br/nemaf/candeia