A genética molecular no Programa de Genética e Melhoramento de Plantas – UFLA

O Programa de Genética e Melhoramento de Plantas da UFLA iniciou com o objetivo principal de formar recursos humanos em melhoramento de plantas.Consequentemente, as opções de estudo e principalmente de pesquisa em biotecnologia e principalmente em genética molecular no início do programa eram quase nulas, como detectou o avaliador da CAPES, Prof. Felizardo Penalva da Silva, na época da criação do curso, em 1986.

Visando atenuar a deficiência especialmente na área de genética molecular, o colegiado do curso concluiu que uma saída seria treinar um dos professores membros do curso nessa área em nível de pós-doutorado. Foi indicado o Prof. João Bosco dos Santos, que treinou na Universidade de Wisconsin, USA, de 08/91 a 01/93, no laboratório do Porf. James Nienhuis, também melhorista de plantas.

O plano inicial era aprender RFLP, o único marcador em uso na época com promessas de auxílio no melhoramento de plantas. Entretanto, lá chegando meu supervisor sugeriu trabalhar com RAPD, um marcador descoberto no ano anterior, muito mais simples e, na época, com enormes perspectivas de se destacar em estudos de genética e melhoramento. De fato, dada a sua simplicidade, seu uso atingiu grande destaque mundial, porém, após meados da década de 90 começou a ser substituído por outros mais eficientes.

Assim que reiniciei os trabalhos na UFLA em 1993, o problema era conseguir um laboratório para por em prática os conhecimentos adquiridos. Com o auxílio do reitor na época e também com a interferência do supervisor americano consegui adquirir o primeiro termociclador. Era da Idaho, ainda funciona muito bem, utiliza tubo capilar de vidro, é muito eficiente e tem o inconveniente do usuário poder espetar o dedo no tubo durante a sua manipulação (Figura).

  

 

Termociclador Idaho e resultado de RAPD em feijão.                                            

        O primeiro uso em pesquisa aqui na UFLA ocorreu na tese da Prof. Maria das Graças Vieira, do curso de Fitotecnia, defendida em 1996. No programa de Genética e melhoramento de plantas, até o momento 43 dissertações e 20 teses utilizaram o laboratório de genética molecular, além de vários estagiários da UFLA e de outras universidades.